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quinta-feira, 12 de junho de 2025 5g4y6z

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS #262 3t5x2q


FELICIDADE
Talvez o leiteiro já tivesse terminado sua entrega do leite. E o pãozinho assado na manteiga ainda estivesse pronto.
Que som mais esquisito... Alguém fala:
- É o carro do algodão-doce, na rua 26 de março.
Corremos para a porta. Meu Deus, que colorido mais lindo! Quantas e quantas noites sonhamos com esse momento... o carro do algodão-doce.
Meninos nas calçadas, os adultos pareciam quere cantar o Hino Nacional. Algodões azuis, verdes, rosas e vermelhos... tudo ali.
E nós nos sentimos uns ricaços! E somos! Não há no mundo riqueza maior do que estar ao lado do carro do algodão-doce.
Quanta felicidade. 
Se é que vocês me entendem!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2025 e4l5k

CRÔNICA ESPORTIVA. #227 215l62


MÍNIMAS FULTEBOLISTICAS.

"Só a bola, conhece os assassinos de uma Pátria"

"O time, que não tiver uma besta de plantão, corre o sério risco de desaparecer".

"O momento mais prazeroso, em uma partida de futebol, é quando, sai um gol duvidoso."

"O estádio Severiano Gomes, é único lugar da cidade onde, Judas Iscariotes dorme bem".

"O futebol, sempre foi o paraíso dos idiotas batizados".

"Cada torcedor tem um santo na coleira".

"O árbitro de futebol deveria viver e morrer, sendo uma múmia".

"Quando o Escrete do Povo fizer silêncio, teremos o anúncio da missa de sétimo dia do futebol da cidade".

Até o próximo gol.

terça-feira, 10 de junho de 2025 202g65

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #261 6l1n3n


SINFONIA
Há um bom tempo, nos períodos da chuvas... entravam pela minha janela vários sons. Além dos som das águas correndo do Rio da Chata, havia também o som do pintassilgo, do azulão, do salta-caminho - todos sonorizando o ambiente. O Rio da Chata, quando chove, ainda solta o seu som... Mas os pássaros, agora, são raros. Graças a alguns homens que parecem ter saído do diabo... nosso ouvidos se consolam com sons fictícios.
Porque esses tais homens prenderam, mataram e escravizaram diversos arinhos.
Que pena que meus filhos, e o filhos dos meus vizinhos e amigos, nunca poderão se banhar no Rio da Chata com a musicalização executada por um lindo pintassilgo.
E vos digo: para quem ama a verdadeira ópera divina... o gorjeio dos pássaros é tudo.
Áh, Há alguns que preferem o ruído de um avião fazendo um voo rasante. Outros são adeptos dos berros das buzinas, dos freios dos carros nas grandes cidades.
Ora! São os que se dizem modernos! Pois sim...
Eu, menino pobre do sítio, quero é a sinfonia dos arinhos. E sigo sonhando com a ascensão do nosso maestro: O Rio da Chata e seus tenores - os arinhos. 
Se é que vocês me entendem!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2025 4p5340

CRÔNICA ESPORTIVA #226 73103x


ABATIDO
A própria psicanálise não explica tamanha tristeza que vive o estádio Severiano Gomes. AS chuteiras clamam a Shakespeare... e os rogos de São Francisco de Assis surgem na agonizante apelação pelo futebol. A bola, de joelhos no chão, sofre com a grande apoteose de uma depressão coletiva, vivida pelos artilheiros - sem gols, sem vaias.
É maquiavélico o domingo sem futebol.
Até minha úlcera tem seu lado afrodisíaco espancado - sem o jogo, sem os canalhas dos palavrões às margens do açude;
Só o futebol da cidade é capaz de visitar os túmulos e fazer a exumação dos restos mortais da essência esportiva.
"Até o próximo goool"!!!

sábado, 7 de junho de 2025 5y12t

CRÔNICA ESPORTIVA #225. 1g3h6p



DOMINGO DE FUTEBOL
Ah, o domingo... quando tem futebol no estádio Severiano Gomes, é outra coisa. É tudo!
O som da bola batendo na rede, batendo no muro do estádio, ecoam pela cidade, não é apenas barulho - é ideologia pura. É grito de liberdade. É manifesto de quem ou a semana inteira trancado no quintal, como aquele cachorro que que só vê o mundo pelas frestas do portão. Quando ele escapa no domingo, correndo solto pelas ruas, é porque ouviu o chamado "Hoje tem jogo!"
Lá no alto, os pardais das igrejas anunciam os quatro ventos, com se fossem narradores celestiais: "Domingo de futebol!"
E os sinos que antes chamavam pra missa, agora parecem tocar pra entrada dos times em campo.
O domingo, quando tem bola rolando no Severiano, é alto, bonito, poético. É camisa suada, chuteira gasta, rede balançando e coração disparado. É arquibancada cheia de vozes roucas, de risos soltos, de esperança.
Mas quando não tem jogo... ah, quando o Severiano amanhece vazio, o domingo vira só um calendário com data triste. Vira silêncio. Vira a filosofia fúnebre daquele mesmo cachorro, que saiu para comprar o leite das crianças e acabou dormindo na esquina, vencido pelo tédio, sem saber por quê.

Porque o domingo, meu amigo, sem futebol... não tem alma.
E o Severiano Gome vazio, é como um campo sem grama, uma torcida sem canto, uma história sem final feliz.
Até o próximo gol.

sexta-feira, 6 de junho de 2025 165671

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #260 1o4y1s


RECORDAÇÃO DE CRIANÇA
Uma vez saímos daqui do Sítio Gavião a pé e fomos par a cidade.
Era fim de tarde, e já se via fogueira acesa em quase todas as casas. Era mês de junho, tempo de preparativos para as festas juninas. Os riachos ao longo da estrada corriam cheios, com uma água tão clara, tão fria... Parecia que borboletas e flores tinham uma só alma. Tudo era bonito. Tudo era bom.

Antes de chegar a Ibirajuba, parávamos no poço para tirar a poeira dos pés, calçar os sapatos, e ajeitar o cabelo, da um trato no visual.

Que colorido lindo tinha as luzes da cidade! Em cada casa, uma fogueira que queimava alegre. Corríamos direto para a barraca de Zé de Severinho - quantas fogos! Pobre dos cachorros, todos assustados com os estouros. As ruas, todas enfeitadas com bandeirinhas e balões, pareciam um céu de papel.

O som do triângulo, da sanfona e da zabumba ecoava por todo canto. Nas calçadas, o povo assava milho, carne, tomava uma cachacinha, tudo em volta da fogueira, e o café e aquela conversa não faltava.

Eu ainda menino, via os mais velhos fumando e sentia vontade de experimentar um trago. Lá no bar de seu Zé Jovino, a temperada era servida para todos. Meu pai bebia e dava risadas largas, de fazer gosto.

Ali, as pessoas se respeitavam. Lembro de uma vez em que dona Maria de Lulu saía da missa, e meu pai mandou que eu pedisse a bênção a ela. Havia consideração pelos mais velhos, e isso fazia parte de quem a gente era.

As quadrilhas juninas eram a grande atração. Certa vez, elas se apresentaram na quadra Alcides Justino - a velha quadra - e foi uma festa daquelas! As pessoas se espremiam nos muros para assistir. O casamento matuto era o mais esperado; o pai da noiva era um personagem engraçadíssimo.

E o que dizer das barracas? Milho assado, pipocas, bolinhos de goma... tudo junto, tudo cheiroso. Aquilo era um verdadeiro jardim do Éden! E quase nas cinzas das fogueiras, a volta para casa... Ah, meu Deus, que festa! Com alguns chicletes no bolso, os pés no chão e a felicidade estampada no rosto.
Que são João tão bom...
Se é que vocês me entendem!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2025 256n3s

CRÔNICA ESPORTIVA. #224 q6444


NA ESPERA
O estádio Severiano Gomes, não vê a hora de ouvir o palavrão, o grito, o drible e a torcida ibirajubesne, sorrindo, com a boca cheia de ouro esportivo. O campo municipal, tá com suas fantasias pela a bola, a flor da pele. Pele de artilheiro! Há cochichos nos botecos e até nas funerárias, que o futebol da cidade, começa prepara sua veneração da alma eterna do torcedor, o jogo. Um copo d'água é essencial para a vida! E o nosso futebol, vive das bênçãos, da chuva dos amantes da bola, e do futebol dos jacarés do açude. O estádio Severiano Gomes é o grande homicida, vitimador, da apoteose assustadora, do silêncio sem o futebol.

sábado, 3 de maio de 2025 3j83w

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS #223 3l6b5z


PARA TODO O SEMPRE.
É uma odisséia reumática: O craque, o artilheiro, sendo agora, substituído pelo Cavalo-artilheiro.
O estádio Severiano Gomes é uma colônia quadrúpede? Jamais!
Sem o futebol, não é inimaginável termos os campos de futebol invadido pelos que aparam a grama com a própria boca.
O velho cronista do sítio Gavião, agora, com mais de 58 anos, breve desaparecerá, e alguns derivados da imbecilidade, darão comida aos cachorros rabugentos se vangloriando, de um defunto que deu o próprio hino da cidade numa poça de sangue, só para: Vê a glória eclesiástica, do nosso futebol.
Nunca tivemos um destino, de lambedor de rapadura... os nossos jogadores são assassinos da soberania do mais insignificante adversário. Até a pré-história nos deu: premonições espirituais, para um futebol abençoado! Pai, Filho, Espírito. E o gol, dos filhos das chuteiras tupiniquins.
Ibirajuba esportiva, na alma e no estádio Severiano Gomes!
Até o próximo gol!!!

sexta-feira, 2 de maio de 2025 4i2l6b

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #259 35624j

AI DE VÓS
Ai de vós, hipócritas, que de tanto estarem na direita ou na esquerda,  se tornaram ambidestros.
Ai de vós que se dizem amar o nosso futebol, e nunca deram um obrigado ao Escrete do Povo.
Ai de vós, que se dizem amantes de nossa cultura, mas nunca aplaudiram a Zé Feliz.
Ai de vós, amantes do rádio, mas nunca escutaram a Gameleira Fm.
Ai de vós, famintos pelas glórias, e só olhais para o próprio umbigo.
Ai de vós, que se dizem amigos de Ibirajuba, e só pensam no poder.
Ai de vós, que vão à missa e aos cultos religiosos, e nunca oraram pelo nosso município.
E digo mais: Ai de vós, que leem as Crônicas de Mário Santos, e negam-lhe um bom dia.
Se é que vocês me entendem!!!

quinta-feira, 1 de maio de 2025 1e1p40

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #258 5c3h12

GLAMOUR
A rua 26 de Março, hoje foi elevada a categoria de imortal. E vos direi porque.
Depois do meio dia, e bem antes do pôr-do-sol, o carro de algodão-doce adentrou em nossa rua, esses felizes vendedores, são mais importantes que o baile da Ópera de Viena. Meu Deus, aquele casal anunciando "Olha o algodão-doce", deveriam ganhar ainda em vida estátuas deles dois na entrada da cidade. E a rua 26 de Março no mutirão, lhes dariam honrarias de santificação. 
O colorido daqueles algodão doce, é mais esperado que um César, ou um Csar, ou sei lá o que. 
Ora, não se assuste, se alguém lhe disser: "Eu vi no céu, o carro do algodão doce".
Se é que vocês me entendem!!! 

quarta-feira, 30 de abril de 2025 1o1w1h

CRÔNICA ESPORTIVA # 222 4q491o


QUANTAS INTERROGAÇÕES
Eis um verdadeiro latifundiário esportivo! O que parecia um cafezinho, da revista Tico-tico, ou uma dor-de-cotovelo em fase experimental, transformou-se em uma conversa com o quase-senhor Medeiros. Não há pretexto para se tomar um copo d'água em nossa cidade, que não seja para dar a eloquência pré-histórica, a divindade do nosso futebol. Futebol do crânio, da alma assassinada, em um domingo em que os cavalos am a reger a bola. Nem César Augustus dominaria o sangue de um quase-Medeiros, que nada mais é que um defunto no estádio Severiano Gomes.
Até o próximo gol!!!

terça-feira, 29 de abril de 2025 6q4h1b

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #257 6e2y5d

O TEMPO OU
Que água tão boa, e a água era do barreiro.
Uma vez, minha mãe me disse: "Meu filho, a vida só é boa, porque tudo a, tudo se acaba." E só agora eu entendi.
Quando sinto saudades dos meus avós, vou à casa velha onde eles moraram. Ali, só os rouxinóis e os morcegos sabem a dor da solidão. O café feito no fogão de lenha, nas noites de lua com o céu estrelado. Quanta falta faz a comida simples de minha mãe.
Na sexta-feira, no banco de quebra-queixo, doces e uma boa caneca d'água.
Uma vez fomos para o rio da chata, pegamos um molho de peixe... Que almoço inesquecível, que tarde linda.
Na escola Manoel Justino (Sítio Gavião), não tinha merenda... nós íamos para os pés de imbu.
Certa vez, fui para Cachoeirinha e lá tomamos caldo de cana com pão doce, que vendedor simpático.
A escola Manoel Moreira da Costa, às vezes, dava-me medo, mas quem não queria estar naquele recinto escolar?
Meu pai falava-me de tudo, menos do bicho-papão e do Saci Pererê. Naquele tempo, a vida era tão boa que não tínhamos bicho nenhum. Quando tive meu primeiro par de sapatos da marca Conga, eu já tinha quase 12 anos... aquilo foi um sonho, e o que Mariazinha ia achar dos meus pés calçados?
Chiclete, algodão-doce e pirulitos... meu Deus! Só em sonhos.
A minha casa era pintada na cor rosa, e meus pais viviam orgulhosos daquela tão linda cor. As cortinas da sala eram marrons, e o rádio da marca "ABC-Voz de Ouro" ficava sempre ligado na rádio Difusora de Caruaru no programa "Correio Nordestino" com Ivan Bulhões.
E o tempo ou... mas, não para mim... e Deus sabe!
Se é que vocês me entendem!!!

sexta-feira, 25 de abril de 2025 52sl

CRÔNICA ESPORTIVA. #221 3m6b1p


POSSIBILIDADES
O drible de Pelé no goleiro uruguaio, na Copa de 1970, marcou o ascensão da impossibilidade possível dentro das quatro linha do campo de futebol.
Pois bem, não seria nada assustador se víssemos, numa página de jornal, a seguinte manchete: "Cavalo escala time da cidade; e o pato, de nome medeiros, será o nosso centroavante!". Alguns, possuídos pela ingenuidade humana, talvez dessem gargalhadas: "São dentes postiços!" - gritaria o auxiliar técnico, Ovelha.
O drible no estádio Severiano Gomes também tem suas confissões explícitas - tal qual o punhal que assassinou Júlio César! 
Até o próximo gol!!!


CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #256 3y6q3u

NA FEIRA.
Na feira livre um amigo me abraçava. Outro amigo dava-me a mão. As conversas eram longas.
Pastel com caldo de cana, bolinhos do goma, comer quebra-queixo na barraquinha e tomar água fresquinha no pote que ficava em cima do banco.
A mulher das verduras fazia promoção de alhos e cebolas.
O mendigo tinha no rosto um olhar de esperança.
As crianças faziam festa com o algodão-doce.
Em cada banco da feira livre, havia pessoas dando risadas... compadres e comadres falando do roçado, da chuva, dos afilhados.
Feira livre de Ibirajuba: lugar de encontros...
Onde os poetas e os trabalhadores contavam a nossa história em forma de saudade. 
Se é que vocês me entendem!!!

quinta-feira, 24 de abril de 2025 6d513b

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #255 1w662r

GRANDE NOTÍCIA
Essa grande notícia não vem da Prefeitura, nem do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, nem da igreja matriz. Não!
Essa Formidável notícia vem do campo e do mato. E a grande notícia é essa: Meu primo Garibaldi e eu, hoje, formo a uma pescaria no rio da Chata. No meio do caminho, nos galhos de uma baraúna, lá estava o ninho de um João-de-Barro. Essa ave, por aqui, é muito escassa e seu ninho é uma verdadeira obra de arte, com uma só entrada que, ao mesmo tempo, também é a única saída.
O João-de-Barro é uma ave muito discreta e, também, não é tão bela. Agora confesso: no mundo dos pedreiros, é um dos mais sábios e inteligentes: 
Já o seu canto, visto - ou melhor ouvido - de longe, lembra o da Casaca-de-Couro.
Meu primo Garibaldi ficou muito feliz com a nossa descoberta, o ninho de João-de-Barro.
Sim! E a pescaria que falei no início?
Perdeu todo o seu brilho depois da grande descoberta do ninho do João-de -Barro!
Acredito que essa notícia, amanhã deveria estampar as páginas de todos os jornais.
Se é que vocês me entendem!!!

quarta-feira, 23 de abril de 2025 2e5n6b

CRÔNICA ESPORTIVA. #220 v1725


DEPOIS
A temporada do peixe foi embora.
Pobre bola, sem o futebol... vive seus dias de jejum.
É uma agressão física e moral aos desejos da metafísica e da religião dos amantes depravados do jogo no estádio Severiano Gomes.
Ainda que os jornais publicassem: "Um crime aconteceu em plena praça pública", mesmo assim ia ter futebol.
Daríamos gargalhadas acompanhadas de palavrões santificados.
Não há sangue inocente sem as chuteiras dos artilheiros maquiavélicos! 


terça-feira, 22 de abril de 2025 4c2a1i

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #254 1t6y65

QUE SAUDADE
Baladeira no pescoço, os pés no chão e muito tempo para ouvir os arinhos. Fui menino Livre! 
Enquanto as páginas de todos os jornais e revistas publicavam o suicídio de Getúlio Vargas, eu corria atrás das borboletas.
O mundo era mundo. Hoje, o mundo parece mais uma sala de cirurgia... ou um grande convento, de filosofias pressas aos papéis.
Antigamente, se entrava no barreiro enfiando os pés na lama... bebia-se a água.
Não existia medo... todos os meninos corriam no clarão da lua... que bicho ligeiro era o bacurau e a mãe da noite.
A novela era um privilégio para os nobres... na luz do candeeiro, desenhava palácios... e os besouros eram imperadores e reis.
Na sexta-feira, rosário de coco e bolinho de goma. As bolinhas de gude e os adesivos do meu Santa Cruz ficavam para outro dia.
Já em casa, no sítio Gavião... tomar banho no rio da Chata, comer peixe assado na brasa... e na escola, contar que tinha um tubarão-martelo preso no anzol.
De manhã, antes do sol brilhar nas telhas, correr para o curral, e ouvir minha mãe querida dizer: "Isso é hora menino?"
E tudo isso está vivo em mim.
Se é que vocês me entendem!!!

terça-feira, 15 de abril de 2025 3u3t3w

CRÔNICA DE MARIO SANTOS. "253" 3m3f7

VERÃO
Os arinhos, toma banho nas águas, das poças da estrada. 
Verão das noites de luz, onde líamos o "Pavão Misterioso" nas Literaturas de Cordel.
Os meninos, cortavam a madeira do pé de Burra Leiteira para fazer visgos de pegar arinhos.
Água fria do pote, acendia um cigarro, olhava o sol quente, tudo quieto.
Às vacas descansavam na sombra do juazeiro, no terreiro o cachorro fugia do calor.
Sem chuva e sem lama, dia bom para pescaria, bom para tirar mel das abelhas.
Meu avô, todo verão fazia doce de facheiro com rapadura, "doce apurado" dizia ele.
Verão, dos longos e tristes.
Verão, das histórias de trancoso, que minha vó contava, e eu jurava que era verdade.
Quisera eu, ter outros verões, nem que fosse nas histórias de trancoso.
Se é que vocês me entendem!!! 


domingo, 13 de abril de 2025 1w6ul

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. # 252 46w24

NO SEU ESTILO
Flores nas calçadas, 3 padarias e mais da metade dos gatos do mundo, que agora escrevem roteiros de filmes de bang-bang, e vez por outra, desfilam nas páginas dos gibis.
Amigos: O bairro do Mutirão, agora, têm status de um Martín Luter King. 
A nossa posologia ou modo de usar, é algo de utilidade pública. Se um dia, Ibirajuba quiser reescrever sua liturgia da metafísica, o bairro do Mutirão, será uma poesia eclesiástica.
Se é que vocês me entendem!!!

sábado, 12 de abril de 2025 6c6s2g

CRÔNICA ESPORTIVA. #219 nt6s


SAUDADE
Um sábado sem futebol. 
Na janela da casa velha, meu coração de bola, chora a saudade do meu pai. O velho sempre me disse: "Mário, deixa de tolice, a vida é um gol; às vezes faz rir, às vezes faz chorar". 
Meu velho pai, não esqueça, o sítio gavião, é uma eterna partida de futebol.
Chuteira que o tempo parou, é o meu coração sem você meu pai. Driblei o tempo, mas o sonho acabou. Sem meu pai os jogos do Santa Cruz no rádio é uma tristeza presente, que os 45 minutos finais, nunca acabou... 


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